Uma
Pessoa querida que ajudou muitos Rodolfo Fernandense, que ficou conhecido pela história das covinhas no Estado entre outras regiões e por atrair todos os anos milhares de fiéis a
esta capela no dia das crianças, elevando o turismo religioso no município.
Confira as
fotos...
De Ontem a Noite (24)
O ano de
1877 registrou-se a maior seca da história da região nordestina. Naquele ano
milhares de pessoas famintas morreram de fome, sede e doenças causadas grande
estiagem. Os mais velhos contam que os famintos comiam qualquer coisa que
encontrassem pela frente para saciar um pouco da fome, e assim, quem sabe,
prorrogar alguns dias de vida, já que estavam num beco sem saída, tendo em
vista que foram três anos de seca, e pouca gente teve a sorte de vencer aquele
período. Ele comia tudo, como couro velho, chinelo velho, macambira, candu de
carnaúba, casca de pau, xiquexique, cardeiro e até mesmo carne humana, de
acordo com alguns relatos, quando morria um faminto, os sobreviventes
aproveitavam carne, aliás, os ossos, já que as vítimas fatais da estiagem só tinham
ossos. No final do ano de 1877, mas precisamente no dia 26 de agosto de 1877,
há 131 anos, uns desses famintos não identificados fugindo do sertão cearense
devido a prolongada seca (1876/77/78 e 1879) a montado num animal (burro),
conduzindo duas filhas menores, vindo mais precisamente do município de Iracema
a procura do litoral potiguar, passando pelas brutas matas virgens, a época,
situadas no município de Portalegre, hoje, no de Rodolfo Fernandes, a fim de
conseguir um lugar melhor para vencer a grande estiagem, juntamente com suas
duas filhas, já que o restante da afamília não resistiu à fome e a sede no
Estado do Ceará. Esse retirante não teve muita sorte em sua viagem, porém, é
como diz aquele velho ditado popular: “SE FICAR, O BICHO COME, SE CORRER, O
BICHO PEGA”,. Ao chegar à divisa dos estados do Ceará com o Rio Grande do Norte
já estava bastante cansado, muita fome e sede. Suas filhinhas pediam comida e
água, aí àquele pobre coitado teve que deixa-las numa sombra de uma árvore e
saiu a procura de alimento, isto, na época era a coisa mais difícil de se
encontrar nos sertões nordestinos, principalmente na referida região,
totalmente desabitada, fazendo com que aquele pai desesperado custasse a
encontrar algum recurso para saciar a fome de suas filhas, porém, conseguiu
água e comida, mas ao retornar ao local aonde ficaram as meninas teve a grande
infelicidade, deparou-se com uma das filhas morta e a outra estava na anciã de
transformar em anjo, morrendo no dia seguinte. Os corpos das duas crianças foram
sepultados ali mesmo, debaixo de um pé de uma árvore, exatamente o pereiro
visto nas visões de Seu Bento.
Os tempos se
passaram desse triste episódio e o povo comentava que aquelas criancinhas
mortas de fome e sede haviam se tornado anjos milagrosos e que faziam milagres,
ficando conhecidas como os ‘ANJINHOS DAS COVINHAS, porém, nunca tinha sido
comprovado um milagre feito por elas.
No ano de
1980 (103 anos após o ocorrido) o senhor Raimundo Honório Cavalcante, conhecido
popularmente por “Bento Honório”, natural de Iracema - CE, nascido a 21/03/22,
filho de Manoel Honório de 0liveira e Rosa Euzébio de Oliveira. Casado com
Maria Sinhá Cavalcante, o qual na época exercia o cargo de vice-prefeito,
eleito em 15 de novembro de 1976, na chapa encabeçada pelo saudoso José
Negreiros de Oliveiro, que era conhecido por “DEZINHO”, contraiu uma grave e
misteriosa doença. Estando Bento Honório acamado e muito doente numa cama
totalmente desenganado pelos médicos da região, a família e amigos tentavam seu
deslocamento para a cidade de Mossoró, por ser essa cidade um centro urbano
mais avançado na medicina. A viagem estava certa, o dia acertado, era uma
Quinta-feira. Na quarta-feira, um dia antes para a viagem para Mossoró,
exatamente a 24 de agosto de 1980, aconteceu uma coisa sobrenatural no quarto
da residência de Seu Bento Honório, quando apareceram duas meninas vestidos de
branco, porém, as mesmas não disseram nada e desapareçam. A princípio, Bento
Honório imaginou que aquelas crianças deveriam ser os anjinhos das Covinhas,
que segundo comentário da população de Rodolfo Fernandes que os anjinhos das
covinhas faziam milagres. Então, ‘“SEU BENTO” valeu-se dos aninhos, dizendo
para si mesmo, com muita fé no coração e no fundo d’alma, que se porventura
obtivesse a cura de sua doença misteriosa e incurável, mandaria construir no
local onde foram sepultadas as duas meninas que morreram de fome e sede,
localizada nas terras da fazendo Sossego. No dia 29 de agosto daquele ano Seu
Bento foi internado em
Mossoró, e por sugestão de alguns médicos, entre o Dr.
Laire Rosado Filho fosse encaminhado para o Hospital Almeida Castro. Ao chegar
naquele hospital de imediato recebeu soro e medicamentos, passou o maior sufoco
o maior sofrimento. Os médicos acharam melhor transferir o paciente para o
Hospital Geral de Fortaleza, que estava sem vaga. Ficou então no Hospital
Fernando Távora. Exames, banhos, medicamentos, e ninguém sabiam ainda o que ele
tinha. O Dr. Fausto falou que poderia ser hepatite.
Mandou tirar sangue e não
era. Dr. Célio bater um Raio X e nada foi comprovado. Solicitaram então uma
Junta Médica para tentar resolver o caso. O Dr. Afonso chegou a desenganá-lo,
mas a decisão foi o isolamento, pois poderia, pois poderia ser uma doença
contagiosa, talvez de rato ou outro animal. No dia 6 de setembro foi
transferido para o Hospital Geral de Fortaleza para um isolamento que durou 10
dias. Sentia muita dor e paralisia no corpo todo, ao ponto de nem sequer
conseguir dormir. Se tivesse morrido seu corpo teria passado por um profundo
estudo para detectar a causa morte.
No primeiro
dia passou por uma cirurgia para que colocasse na sua barriga um aparelho que
recebia dois soros simultaneamente, isso era umas cinco horas da tarde. A noite
dia 6 de setembro faltou energia em todo aquele bairro de Fortaleza. Nos poucos
segundos antes do gerador do hospital restaurar a energia, Seu Bento teve a
segunda visão das meninas, e pela primeira vez um aviso (não revelada. Um
segredo só dele). Foi aí que ele ratificou a promessa.
Pela manhã a
Junta Médica decidiu mandar uma amostra de sangue para o Rio de Janeiro. O
resultado chegaria em quatro dias e durante este tempo Seu Bento não poderia
beber água, somente recebia soro. Ouvia enfermeiros conversando sobre as roupas
que vinham para o quarto: diariamente eram todas queimadas. Não podia receber
visitas de ninguém, nem de sua de sua família.
Nas
primeiras horas da manhã do dia quarto dia chega a seu quarto uma senhora e
duas crianças. Ele ainda estava bastante sonolento, mas lembra perfeitamente
quando aquela mulher pediu a uma das meninas uma válvula para retirar o
aparelho de soro que estava ligado ao seu umbigo. Retirou toda a aparelhagem e
fizeram um curativo.
Quando Dr.
Célio chegou perguntou: Quem havia retirado o aparelho do paciente e quem tinha
feito aquele curativo? Seu Bento responde que tinha sido uma senhora de branco
e duas meninas. Ele logo pensou que ele estava delirando, mas quando procurou
saber na equipe como aquilo havia ocorrido, e porque no prontuário nada havia
ninguém soube lhe dar uma resposta. Daí, o Dr. Célio foi conversar com o
paciente e ouviu sobre as visões que Seu Bento estava tendo. Na conversa
solicitou do médico que autorizasse a presença de sua esposa, pois queria
pedir-lhe para, porventura viesse a morrer, procurasse o lugar exato das
covinhas e erguesse um túmulo com um cruzeiro, Autorizada, Maria Sinhá
Cavalcante, Dona Sinhá (02/01/1919) chegou após o horário das visitas, toda
vestida com roupa cedida pelo hospital.
Em meio a
perplexidade dos médicos, chegaram os exames do sangue com o resultado
negativo. A decisão da Junta Médica foi então o de refazer os exames. Seriam
mais quatro dias de espera pelos novos resultados, sem água e recebendo agora
soro pelo braço.
No dia 14 de
setembro chegaram os exames vindos do Rio de Janeiro e novamente deram
negativo, deixando a Junta Médica totalmente desorientada sobre os novos
procedimentos. Na noite do dia 16 de setembro, ou seja, no décimo dia no
isolamento Seu Bento teve uma nova visão, viu o local das covinhas com todos os
detalhes. Uma árvore, tipo pereiro, caída, e uma pequena lagoa, marcaram mais
aquele instante. E ouviu uma voz dizendo: “Com os poderes de Deus o senhor está
curado”. No dia seguinte Dr. Célio disse “Não podemos atestar a sua doença
devida os exames nada mostrarem”. Eles convocaram então uma Junta Médica
composta de vinte médicos. A decisão foi que a permanência no hospital durante
mais dez dias, para um acompanhamento. Depois teria que fazer exames regulares,
em 15, 30, 60 e 120 dias após a alta do hospital. Nenhum remédio foi
recomendado.
No dia 26 de
setembro de 1980, exatamente depois de 30 dias que havia saído de casa, retorna
para Rodolfo Fernandes conduzindo o Cruzeiro que encomendara em Fortaleza.
Nesse mesmo dia foi em busca de localizar o lugar visto nas visões indicavam. E
partir daí começou a luta para erguer a capelinha e dar a ela uma estrutura
digna para receber os fiéis. Não foi tão difícil devido ter recebido inúmeras
doações de pessoas das mais diferentes cidades, inclusive do sul do país, que
não sabiam nem onde era Rodolfo Fernandes.
No dia 12 de
outubro de 1987 a Igreja das Covinhas foi inaugurada, construída a cinco
quilômetros da cidade de Rodolfo Fernandes, encostada a cerca de arame farpado
que faz limite com o estado do Ceará.
De acordo
com Seu Bento confirmando realmente a existência dos Anjinhos das Covinhas vem
de outro milagre. Ele conta que arrecadou três mil cruzeiros em contribuições.
Antes do início da construção da capelinha, no ano de 1986, houve um comício em
Rodolfo Fernandes, tendo ele comparecido ao evento político, levando toda a
família, ao retornar os larápios haviam arrombado sua residência e levado
àquela quantia. Com três dias do ocorrido o autor do furto descobriu que havia
enterrado o dinheiro debaixo de uma árvore perto da residência e Seu Bento.
Isso serviu para aumentar a fé junto aos Anjinhos das Covinhas,
A história
do grande milagre alcançado por seu Bento ligeiramente espalhou-se por várias
partes do Estado do Rio Grande do Norte, como também de outros estados
nordestinos e conseqüentemente entendeu-se ao Brasil afora. Logo pessoas de
nossa região e todo o país passaram a fazer visitas ao santuário erguido por
Seu Bento.
Muitos
rodolfenses vêem nas Covinhas um lugar sagrado, onde as pessoas conseguem se
aproximar de Deus. No interior da Capela, possui inúmeras peças deixadas por
pessoas que conseguiram receber uma graça das Meninas das Covinhas. Lá estão
guardadas pernas de madeiras, braços, mãos, cabeças, fotografias e orações de
algumas pessoas que ficaram boas de alguma enfermidade.
Covinhas eu tenho fe
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